Cresci em lar cristão, sou inserida no contexto de comunidade desde muito cedo. Na adolescência e começo da fase jovem adulta, junto com um grupo de amigos estudamos sobre a vida comum da igreja, descrita em Atos 2:42-47. Vivemos experiências incríveis, vendo desde muito cedo as maravilhas do Reino de Deus, dentre elas milagre, cura, libertação, salvação. Trabalhei voluntária e remunerada para missões e para o pastor que liderava nossa igreja. Toquei por mais de 20 anos numa banda cristã com pessoas que são meus amigos mais chegados que irmãos até hoje. Tudo para ilustrar o quanto esse mundo comunitário sempre fez parte da minha vida.
Com o passar dos anos conheci muitas pessoas, o pastor que nos liderava foi para outra cidade, nossa família foi para outra cidade, fizemos novos relacionamentos e experimentamos outras “comunidades”. E é nesse contexto que vivo hoje, fiz parte de uma primeira fase com um líder que foi de suma importância, uma segunda fase liderando com as mesmas pessoas formadas por esse primeiro líder e agora com parte da nossa vida em São Paulo com uma rede de amigos que se tornou nossa comunidade, nossa igreja.
Tudo isso pra dizer que hoje talvez seja uma das piores fases da nossa vida, porque é na doença, com a possibilidade da perda que experimentamos ou não tudo aquilo que na teoria era muito bonito, a tal da comunidade, o tal de chorar com os que choram, o tal do apoio em tempos de aflição, o famosos uns aos outros.
No dia da internação do meu marido, que estava com COVID e seu pulmão comprometido com não apenas uma infecção viral, mas também bacteriana, enviei mensagem para algumas pessoas: a família, o Pastor que nos discipulou, nos casou, batizou nosso filho e tantos outros eventos que nem caberiam aqui, nossos líderes em São Paulo e acho que só até então. E quando me dei conta, essas pessoas acionaram outras, que acionaram outras, de repente uma enxurrada de amigos/irmãos nos estendendo a mão, sendo práticos, orando, enviando audio. Tantas pessoas disseram que estariam disponíveis para o que minha família precisasse que acho que seria presa por aglomeração caso decidisse chamá-los para estar perto.
Não só isso, todos estão mais ansiosos do que eu pela recuperação, não desistem de orar, estão sempre com alguma palavra de encorajamento. Escrevo esse texto enquanto ele ainda está internado.
O que posso dizer é que o amor de Jesus tem sido expressado através dessas pessoas, em nenhum momento me senti sozinha ou desamparada, temos sido acolhidos, pessoas choraram comigo e vibraram comigo a cada pequena melhora e conquista. Descobri que a unidade do corpo de Cristo não está apenas num local, a unidade é do corpo que pode estar em diversas partes em termos geográficos. Sou muito grata por cada irmão que nesse momento difícil nos amou, aconselhou, acolheu, orou e esteve disposto a fazer o que fosse necessário.
Meu conselho: viva em comunidade, não deixe de congregar e Deus vai sempre agregar irmãos que entendem o que significa união e estes serão um apoio no dia da aflição.
“Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos admoestações e tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima.” Hebreus 10:25
“Queridos amigos, amemo-nos uns aos outros, pois o amor provém de Deus, e aqueles que amam mostram que são filhos de Deus e conhecem a Deus.” 1 João 4:7 NBV-P
Ro,
Fico feliz que o Anselmo esteja bem e espero que ele esteja 100% recuperado.
Eu soube apenas através do seu post que ele esteve internado, mas isso não diminui o meu desejo de que vocês estejam com saude e reunidos em familia, para celebrar essa vitoria.
Meu carinho a você!
Saudades
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Graças a Deus ele está super bem. Obrigada, amo e tenho muito carinho por vc ❤ Saudades também!
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