Deus tinha um planejamento para o Homem quando o colocou no Éden, porém o primeiro Adão falhou, Deus tinha dado tudo a eles, a única coisa que não lhes pertencia foi o que resolveram pegar. Acho que até hoje somos assim, Deus nos dá tudo e quando pede uma porção falhamos em dar, ou melhor, em devolver.
Mas não é sobre isso que quero falar, quero falar sobre Jesus, o Adão que viveu o que fomos criados para viver.
No texto de Lucas 8:22-25 Jesus e seus discípulos estavam navegando quando uma tempestade os atingiu. Jesus estava dormindo quando o acordaram e disseram: “Mestre! Nós vamos morrer!”. Jesus se levantou do sono tranquilo (parece piada, mas ele de fato estava num sono tranquilo) e ordenou que o vento e o mar acalmassem e pasmem, eles obedeceram. Após a calmaria Jesus dá uma dura nos seus discípulos pela falta de fé.
O que isso tem a ver com o Éden? Tudo!!! Quando Deus criou o mundo, ele colocou o homem e a mulher para dominarem sobre a natureza e os animais, ou seja, tudo estava submetido ao Homem.
Jesus naquele barco sabia quem ele era e por isso a natureza se submeteu a ele. Em Romanos 8:19 diz que “a natureza criada aguarda, com grande expectativa, que os filhos de Deus sejam revelados”, ou seja, Jesus retomou o processo do Éden, nele somos os filhos de Deus revelados.
Desde o início Deus fala quem somos e para que fomos chamados e estando em Cristo somos NOVA CRIATURA, as coisas antigas passaram, eis que TUDO se fez novo. Podemos, em Jesus, viver a integralidade de quem somos, trazer a ordem ao caos.
Talvez o que precisamos é voltar para o Gênesis e aprender quem de fato somos antes da queda. Nos perguntar se temos vivido a liberdade que Jesus trouxe ou se ainda estamos escravizados pelo caos que a queda trouxe.
Como filho, revele-se, demonstre e viva o Reino de Deus de forma que a ordem seja manifestada onde há caos. No caso desse texto bíblico o caos era a tempestade, mas viemos inúmeros caos a nossa volta, revele-se!
Um testemunho: teve uma época em que um Urubu vinha todos os dias no telhado do vizinho e ficava olhando pra minha casa (a posição do telhado fica bem no meio do meu terreno e por isso dá pra ver perfeitamente o que acontece no telhado do vizinho rsrsrsrs). Na verdade foram não só dias, mas semanas. Aquilo me incomodava porque Urubu rodeia morto, carniça e aqui em casa não tinha nada morto, a sensação que tinha era que ele buscava algo morto (pesado eu sei, mas era o que eu sentia), até minha ajudante começou a comentar sobre esse urubu que todos os dias, no mesmo horário pousava e ficava “encarando” minha casa. Um dia, cansada daquilo e com uma certa raiva, olhei pra ele e falei “vai embora, pare de encarar a minha casa, aqui dentro não tem nada morto ou em eminência de morte, portanto VAZA!”
Ele foi embora e nunca mais voltou.
Parece bobo, mas quando entendemos que somos nova criatura em Cristo e que podemos viver seu Reino com toda a ordem que há, podemos e devemos exercer nosso papel.